
Hugo Calderano conquistou, neste domingo (25), em Doha, no Catar, a medalha de prata no Campeonato Mundial, feito inédito para um atleta das Américas na competição.
Aos 28 anos, o número 3 do mundo enfrentou o chinês Wang Chuqin, vice-líder do ranking, e foi superado por 4 sets a 1, com parciais de 12-10, 11-3, 4-11, 11-2 e 11-7, na primeira final de Mundial da carreira. A derrota encerra uma campanha histórica que coloca o Brasil entre as maiores potências da modalidade.
“Não consegui apresentar o meu melhor hoje. Foi mais a parte física que pesou, o jogo de ontem me esgotou”, reconheceu Calderano ao fim da partida. “Tentei me recuperar da melhor maneira. Durante o jogo tentei voltar brigando, fazer o melhor, mas eu não tinha mais nada no tanque.”
A performance em Doha marca um avanço simbólico no cenário global. Até então, todas as decisões de Mundial vinham sendo dominadas por asiáticos e europeus. Calderano quebrou essa barreira ao alcançar a final e, mesmo com o revés, saiu consagrado. “Foi um torneio incrível. Antes do torneio, se me falassem que eu sairia com uma medalha, eu ficaria muito feliz”, afirmou.
A trajetória de Calderano rumo à decisão teve um ingrediente especial: no mês anterior, ele havia vencido Chuqin por 4 sets a 3 na semifinal da Copa do Mundo, em Macau, em um dos duelos mais duros da temporada. Com o resultado deste domingo, o chinês lidera o confronto direto com cinco vitórias em sete jogos. Esta foi, inclusive, a primeira conquista mundial de Chuqin, que havia sido vice em 2023.
“No final, eu consegui fazer o melhor que dava pra fazer. Tem um significado enorme, pois sempre foi um dos meus grandes objetivos. Alguns anos atrás era muito difícil um brasileiro sonhar com medalha no Mundial, e nós conseguimos”, destacou o carioca.
A China mantém sua hegemonia, somando agora 12 títulos consecutivos na competição, o que reforça o impacto do feito do brasileiro no circuito.
Mesmo com o sabor agridoce do vice-campeonato, Calderano mostra foco no futuro. “Claro que fica o gostinho de quero mais, queria sair daqui como campeão mundial, mas com certeza vou ter outras oportunidades. Vou seguir elevando meu nível e me preparando para chegar ainda melhor nas próximas”, concluiu.
Há nove temporadas defendendo o Liebherr Ochsenhausen, da Alemanha, o brasileiro agora volta suas atenções para a decisão da liga alemã de tênis de mesa, marcada para o dia 15 de junho, contra o tradicional Borussia Düsseldorf.
Fonte: Agência Brasil