
O ativista brasileiro Tiago Ávila desembarcou na manhã desta sexta-feira (13) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após ser deportado por Israel. Detido desde o último domingo (9), Ávila integrava uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza a bordo do veleiro Madleen, interceptado por forças israelenses em águas internacionais, no Mar Mediterrâneo. A embarcação, que levava ajuda coordenada pela Coalizão Flotilha da Liberdade (FFC), foi abordada a mais de 100 quilômetros da costa palestina.
No saguão de desembarque, Ávila foi recebido por familiares e cerca de 40 ativistas, que erguiam cartazes com críticas ao governo israelense e ao presidente Benjamin Netanyahu, além de exigirem que o Brasil rompa relações diplomáticas com o país. Os manifestantes também pediram uma postura mais firme do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da escalada do conflito em Gaza.
Durante entrevista coletiva, o ativista fez duras críticas a Israel, relatou os abusos que sofreu sob custódia e rechaçou ser visto como herói.
A gente tentou o máximo que a gente pôde levar nossa missão humanitária e a gente foi impedido por um Estado racista, supremacista, que há oito décadas realiza limpeza étnica". “Não tem nada a ver com religião, tem a ver com ideologia, o sionismo. E esse sionismo precisa ser enfrentado.
Segundo Ávila, os ativistas detidos foram “sequestrados” e submetidos a pressões psicológicas para em documentos em hebraico, nos quais itiriam entrada ilegal em Israel. Ao se recusar, ele foi isolado em uma cela sem luz e sem ventilação por dois dias. “Eles ameaçaram me colocar no isolamento total, e foi o que fizeram. Foram dois dias lá dentro. Sofri um processo de violência, mas não quero falar muito sobre isso porque nada se compara ao que os palestinos enfrentam. Estamos lá por eles”, disse o ativista, que iniciou uma greve de fome em protesto.
Tiago Ávila e Greta Thunberg foram deportados por Israel após missão humanitária rumo a Gaza
O veleiro Madleen, de bandeira britânica, havia partido da ilha da Sicília, na Itália, em 6 de junho, com destino a Gaza, transportando voluntários de diferentes nacionalidades. Entre os ageiros estavam a ativista sueca Greta Thunberg, deportada na terça-feira (11), e a deputada do Parlamento Europeu Rima Hassan (França). Também foram expulsos de Israel os cidadãos Mark van Rennes (Holanda), Suayb Ordu (Turquia), Yasemin Acar (Alemanha) e Reva Viard (França). Dois ses, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, seguem detidos na Prisão de Givon, com previsão de deportação ainda nesta sexta-feira.
Troca de farpas
Antes de retornar ao Brasil, Tiago Ávila ou por Madri, na Espanha. No trajeto de volta, manteve as críticas à ocupação militar israelense e cobrou medidas da comunidade internacional. “Por conta dessa ocupação, colocam crianças em prisão istrativa. O mundo felizmente acordou pro horror que é o sionismo e agora a gente precisa encontrar algum jeito, o que é que o mundo vai fazer para deter esse horror">Brasil cobra libertação de ativistas detidos por Israel durante missão humanitária em Gaza
Fonte: Brasil 247